Facebook Padre Luís Erlin Instagram Padre Luís Erlin

@padreluiserlin

A paz não é um sonho, é trabalho

A palavra “paz” vem do latim pangere, que significa “comprometer-se”, “concluir um pacto”, “estabelecer um acordo entre duas partes”. 

Assim, a paz, segundo a origem da palavra, não é apenas um bem-estar pessoal, mas sim o dom de conviver bem com os demais. 

Para que exista um equilíbrio saudável nas relações, é necessário estabelecer regras e normas de conduta, pois, se cada um cumpre sua parte no acordo, os conflitos podem ser resolvidos. 

Pacificadores são todos aqueles que conseguem exercer a função de intermediadores na busca de uma solução, quando os desentendimentos surgem. Jesus chama aqueles que buscam a paz de “bem-aventurados” justamente porque promover a harmonia é um dom: os pacificadores devem ser sábios e neutros para mostrar a verdade para ambos os lados. 

Quando pensamos em paz, baseados numa imagem ilusória que fabricamos, imaginamos uma harmonia perfeita entre as pessoas ou entre as nações. Esse sonho, porém, não traduz o que de fato seja a paz. O equilíbrio nas relações, embora seja um exercício, é difícil de ser alcançado, por isso os acordos são necessários.

Numa linguagem bíblica podemos chamar esses acordos de aliança. 

Os mandamentos sagrados entregues por Deus a Moisés no Monte Sinai foram guardados na Arca da Aliança, estabelecendo um pacto de paz entre Deus e a humanidade. Por diversas vezes na história de Israel, Deus ¬ firmou alianças com o seu povo, sempre sendo necessária a presença de um intermediador, ou seja, de alguém que fosse considerado um representante da paz. 

O profeta Isaías (9,5), anunciando a chegada do Messias, afirma que ele será o Príncipe da paz: “porque um menino nos nasceu, um ¬ filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz”. 

Assim, só existirá paz se houver alianças, comprometimento e  fidelidade aos compromissos assumidos.




Pe. Luís Erlin, cmf 

Artigo publicado originalmente na seção “Testemunho de Vida” da Revista Ave Maria, edição de abril de 2011